Quando
alguém é meu amigo eu faço o impossível para ver a pessoa bem. Se eu
gosto tomo as dores, embarco em indiadas, dou um jeito de fazer com que
tudo fique numa boa, nem que seja ouvindo e dando o ombro. Mas, por
favor, nunca minta para mim. Quem mente perde completamente a minha
confiança.
Procuro
ser uma pessoa justa. E, confesso, meu lado bonzinho fica encostado no
lado babaca. Em outras palavras: às vezes sou "burra" ao invés de boa. Se
tem uma coisa que detesto é me sentir enrolada. Me preocupo a fundo com
os outros, por isso não curto pequenas mentiras e desonestidade. Pena
que tem gente que não enxerga isso.
Muitos
se acham donos da verdade, dizem que fazem e acontecem, aparentam ser
uma coisa que não são. Tem gente que adora inventar a vida, contar
vantagem e semi-lorotas-brabas, florear a realidade e brincar de autor
de novela. Tem coisa que é surreal. Tem coisa que é irreal. Tem coisa
que foge completamente dos padrões normais. Agora você me pergunta:
existe essa coisa de normalidade? Claro que não. Minha vida muitas vezes
é uma novela mexicana, em outras tantas vira caso de política. Mas eu
não minto, não enrolo, não me faço de louca e não tomo ácido.
Não
sei fingir. Abraço minhas vontades, mesmo que a minha cara fique roxa
de tanto apanhar. Cumpro minhas promessas, mesmo que me doa. Não brinco
com os outros para me distrair, tampouco dou uma de boa samaritana para
depois me esconder atrás da moita. Isso não. Por isso, digo e repito:
gosto de gente de verdade. Se você é assim, por favor, senta aqui e
vamos conversar.
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