
Amor
não combina com fraqueza. Existe um momento (que passa num piscar de
olhos) em que a gente deve decidir se abre a porta ou se deixa a
campainha tocar insistentemente. Já perdi algumas oportunidades cor de
rosa. Acho que eu devia ter me dado algumas chances. E ter esticado a
mão para o amor.
Hoje
não me pergunto como teria sido, porque a gente não deve viver pensando
no que deixou. Ou no que ficou em um passado que parece tão distante.
Mas volta e meia penso: por que a gente tem esse medo todo?
O
amor não morde. O amor não assusta. O amor não dói. Eu achava que as
coisas eram diferentes, que amor dava frio na barriga, insônia,
congestão nasal, que arrancava pedaço, que deixava a gente nas nuvens,
que era um susto sem fim. Não, o amor não é nada disso. A paixão nos
provoca uma série de sofrimentos. E traz aquela sensação de borboletas
no estômago. A paixão é um comportamento adolescente, que se emburra e
devolve os presentes, que bate porta, que se acha grande coisa, que
quase mata no grito, que dura uma semana ou duas.
Tem
muita gente que pensa que ama. Não sou ninguém para julgar o amor dos
outros, longe de mim. Mas o amor, o amor mesmo, o amor maduro, o amor
bonito, o amor real, o amor sereno, o amor de verdade não é
montanha-russa, não é perseguição, não é telefone desligado na cara, não
é uma noite, não é espera. O amor é chegada. É encontro. É dia e noite.
É dormir de conchinha. É acordar e fazer um carinho de bom dia. É
ajuda, mãos dadas, conforto, apoio. E saco cheio, também. Porque de vez
em quando o amor enche o saco. Tem rotina, tem manhã, tarde, noite, tem
defeito, tem chatice, tem tempestade. Mas o céu sempre limpa. Porque o
amor é puro como o azul do céu.
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